Um bom programa para se fazer em família é assistir a um apanhado de cinco trabalhos do grupo O Trem – Cia de Teatro, com dramaturgia dedicada ao universo da criança, com temas como consciência ambiental, silenciamento feminino, segurança doméstica, e o incentivo à leitura frente aos avanços tecnológicos
Criada em 2006, a companhia mineira carrega uma trajetória consistente, com 15 espetáculos encenados em diversos festivais e teatros do Brasil e de países como Chile, Uruguai e Portugal, reunindo 38 indicações e 10 prêmios
São cinco trabalhos, com textos autorais, assinados pela diretora artística do grupo, Livia Gaudencio. A montagem “A Fantástica Floresta” inaugura a temporada de apresentações, de 10 a 13/01, seguida por “A menina que Entra em Livros” (17 a 20/01), “O que Mora no Escuro” (24 a 27/01), “Princesa Falalinda sem Papas na Língua” (31/01 a 3/02), e a peça inédita “Margot e a Árvore da Vida” (7 a 10/02).
“O Trem” fica em cartaz até 10/02, de sexta a segunda, sempre às 15h. Todas as sessões contam com intérprete de Libras.Os ingressos custam R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia-entrada), com desconto de 50% para clientes Ourocard, e estarão à venda a partir de 01/01 (quarta), pelo site ccbb.com.br/bh e na bilheteria do CCBB BH.
Oficina
Dentro da programação do educativo do CCBB BH, o grupo oferece, gratuitamente, uma Oficina de Criação Cênica para Teatro Infantil, nos dias 29 e 30/01, das 18 às 21h, também no Teatro I, com carga horária de seis horas e classificação indicativa de 18 anos. A proposta da oficina é vivenciar o processo de criação cênica praticado pela O Trem – Companhia de Teatro, com criação de microcenas sob orientação de Livia Gaudêncio. Com dez vagas, a oficina é voltada a atores, diretores, dramaturgos, estudantes de teatro e interessados em geral. As inscrições podem ser feitas até 19.01, quarta-feira, mediante envio de minibio e carta de intenção para o e-mail [email protected]. Mais Informações: (31) 3431 9400, no site ccbb.com.br/bh ou nas redes sociais: instagram.com/ccbbbh | facebook.com/ccbbbh.
ESPETÁCULOS DA MOSTRA
Abrindo a mostra, a peça A fantástica Floresta traz a história de João, um menino à procura do avô, que desapareceu dentro da floresta. Tudo o que ele tem como pista é um apito inseparável, encontrado na beira de um rio por um Tico-tico. Ao adentrar sozinho a floresta fantástica, nosso protagonista não imaginava receber a ajuda dos animais. Com direção de Marcelo Carrusca e participação do veterano Luciano Luppi, no papel do avô, o trabalho recebeu prêmio de Melhor Figurino Usiminas/Sinparc 2010, para Alexandre Colla e, ainda, oito indicações nas categorias Melhor Espetáculo; Melhor Texto; Melhor Direção; Melhor Cenário; Melhor Iluminação; Melhor Ator Coadjuvante; Melhor Atriz e Melhor Trilha Sonora.
Indicada aos Prêmios de Melhor Espetáculo, Melhor Direção, Melhor Texto, Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante pelo Usiminas/Sinparc 2013, outra montagem do grupo em cartaz na Mostra de 18 anos é “A Menina que Entra em Livros”. Dirigida por Juliano Barone, a peça aposta em trilha original, tocada ao vivo, e no teatro de sombras para contar a história de Júlia, uma menina, filha única, que se desespera ao saber que vai ganhar um irmãozinho. Enquanto o quarto que dividirá com o irmão é reformado, Júlia passa a dormir na biblioteca, onde acaba entrando em um livro e redescobrindo o mundo mágico da literatura.
Na peça O que Mora no Escuro, escrita e dirigida por Livia Gaudencio, Nina e Theo se transformam em super-heróis para enfrentar monstros em uma casa mal-assombrada e vencerem seus próprios medos. Nina é deficiente visual e conta com a ajuda de seu cão-guia Mosca e de seu amigo Theo. Inspirados em vilões de histórias em quadrinhos, os monstros são representados por bonecos inéditos, confeccionados pelo Grupo Giramundo, a partir de uma estética de reutilização de objetos abandonados que também se estende, na peça, para o cenário e os figurinos.
Vencedora do Prêmio Sinparc de Melhor Espetáculo Infantil (2016), com histórico de apresentações no Brasil e em Portugal, o trabalho aborda o tema da segurança doméstica e alerta a criançada para os principais riscos que existem dentro de casa. “Temos, em cena, desde o Coringa de Fogo que é um fogão egocêntrico que queima as crianças, até o Darth Vader da Despensa, um monstro atrapalhado que tenta hipnotizar as crianças para beberem produtos tóxicos. De forma lúdica, a peça ensina as crianças a se protegerem de acidentes domésticos”, conta.
Com direção de Cynthia Falabella, a peça Princesa Falalinda sem Papas na Língua propõe uma subversão dos contos de fadas: a protagonista é uma princesa que recebeu da Bruxa a maldição de falar tudo o que pensa. À medida em que cresce, seus questionamentos não são bem-vindos e ela começa a ter problemas com o Rei e o Príncipe. Misturando humor e poesia, a peça reflete sobre o silenciamento feminino através de uma releitura dos arquétipos da monarquia clássica. “Na trama, temos um Rei, que precisa esconder as emoções e ‘segurar o choro’ para manter a reputação, e a Bruxa, que é uma mulher livre que ajuda Falalinda a se libertar da opressão do ambicioso Príncipe: o verdadeiro vilão da história”, descreve.
O espetáculo recebeu quatro indicações e levou o Prêmio de Melhor Atriz para Livia Gaudencio no 6º Sinparc/Copasa. Nesta Mostra, a artista divide palco com a filha Cecília Gaudêncio, de 11 anos, que vai interpretar a princesa na fase criança.
O tema da consciência ambiental volta à cena nos trabalhos da trupe, dessa vez, em “Margot e a Árvore da Vida”. Novo espetáculo da companhia, que será visto pela primeira vez na Mostra de 18 anos, no CCBB BH, narra a história de Margot, que tem o poder de sentir o que os animais e as plantas sentem. Ela tem sua vida transformada quando conhece Zyan, um menino que veio de 2325 com a missão de encontrar a semente da Árvore da Vida e reflorestar o mundo. Numa jornada para salvar o planeta, Margot conta com a ajuda de animais como o Zangão, a Cutia e a Onça-Parda.
Em cena, a trupe experimenta novamente a música executada ao vivo e utiliza também bonecos para representarem alguns personagens especiais. Segundo Livia Gaudencio, “a proposta é que as crianças percebam como cada ação do presente – que na trama chamamos de ‘era irresponsável’ – pode modificar o futuro e evitar o clima desértico e quase inabitável que dominaria o planeta daqui a 300 anos”, explica.
SOBRE O TREM
Desde a sua criação, O Trem – Companhia de Teatro busca inovar em linguagem e conteúdo a cada novo trabalho. Aberta a novas experimentações, a Companhia desenvolve produções de alta qualidade artística, comprometidas com a reflexão, a pesquisa, a formação e a difusão cultural. São 18 anos de atividades ininterruptas em teatro, contando com 15 peças encenadas; mais de 10 prêmios e 38 indicações a prêmios; além da produção de várias mostras de teatro e um festival internacional de artes. “Todo mundo conhece a versatilidade da palavra ‘TREM’, em Minas Gerais. Além disso, os trens conectam culturas, espaços geográficos e afetos. Trem é movimento! E foi esta imensidão de possibilidades que fez a Companhia, que é mineira de nascimento e de coração, ter se inspirado lá em 2006”, comenta Livia. Hoje o grupo já se diversificou e conta com integrantes de diversas origens e trajetórias profissionais.
SERVIÇO
MOSTRA O TREM COMPANHIA DE TEATRO – 18 ANOS
= 10 de janeiro a 10 de fevereiro de 2025 = 5 espetáculos infantis, com textos de autoria de Lívia Gaudencio (diretora artística O TREM)
10 a 13/01 – Espetáculo “A Fantástica Floresta” (dur.: 50 min.) Direção: Marcelo Carrusca
17 a 20/01 – Espetáculo “A Menina que Entra em Livros” (dur.: 60 min.) Direção: Lívia Gaudêncio
24 a 27/01 – Espetáculo “O que Mora no Escuro” (dur.: 60 min.)Direção: Juliano Barone
31/01 a 3/02 – Espetáculo “Princesa Falalinda sem Papas na Língua” (dur.: 55 min.) Direção: Cynthia Falabella
7 a 10/02 – Espetáculo inédito “Margot e a Árvore da Vida” (dur.: 60 min.) Direção: Livia Gaudencio
Horário: Sexta a segunda, sempre às 15h
Oficina de Criação Cênica para Teatro Infantil
29 e 30 de janeiro de 2025
Horário: das 18h às 21h
Classificação indicativa: 18 anos
Duração total: 6h
Público-alvo: atores e atrizes, diretores e diretoras, dramaturgas e dramaturgos, estudantes de teatro e interessados em geral.
10 vagas com seleção mediante mini-bio (até 10 linhas) e carta de intenção dizendo porque se interessa em participar da oficina (até 30 linha)
Local: Teatro I do CCBB BH
(Praça da Liberdade, 450 – Funcionários – BH/MG)
Ingressos à venda a R$30 e R$15 (meia) no site ccbb.com.br/bh e
na bilheteria física do CCBB BH
Informações: (31) 3431 9400